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Enogastronomia
15/04/2017

Vinhos, harmonizações e o inverno

Os dias frios do inverno são especiais para os amantes do vinho. As bebidas que “esquentam” além de agradáveis, são muito consumidas durante a estação mais gelada do ano. Mas, como combiná-las da melhor maneira possível com as refeições típicas da época, como as sopas e os fondues? O Viver Mais Gourmet foi em busca de respostas com especialistas do ramo. O frio está chegando, mas eles prometem aquecer suas vidas com dicas maravilhosas de harmonização.


Quais são os vinhos indicados para combinar com as temperaturas mais baixas?

Para Sandra Zottis, enóloga, professora e presidente da Confraria Feminina de Vinho de Curitiba, as opções ideais são os vinhos de médio corpo a encorpados, das uvas Syrah, Malbec, Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc e os assemblages (blends), amadeirados ou não. Já Marco Antônio de Oliveira, consultor de vinhos e proprietário da Porto a Porto Importadora e Miolo Wine Group, sugere os bastante encorpados, pois ajudam a aquecer o corpo quando o termômetro está lá em baixo.
No entanto, a combinação só fica realmente completa com uma boa refeição. “É um ótimo período para o consumo de alimentos ricos em molhos e sabores, e, junto com eles, os vinhos tintos. Eles são boas companhias para cozidos de carnes, carnes grelhadas ou assadas, de cordeiro ou gado, massas com molhos de tomate, lasanha à bolonhesa, galinhada, polenta com molhos fortes (de carnes ou linguiças)”, recomenda Sandra. Marcos opina que, para um bom “casamento” com pratos quentes, como rabadas, cordeiros e massas, os melhores vinhos são à base das uvas Cabernet Sauvignon, Merlot e Malbec. No entanto, nada disso basta se eles não forem apreciados corretamente. “Não esqueça que os vinhos tintos devem ser consumidos em temperaturas entre 14° a 18° graus”, ensina Sandra.


Sopas e Caldos
Para sopas e caldos, a harmonização muda bastante. Há certa dificuldade em combinar as bebidas com os líquidos quentes e de textura diferenciada. Sandra acredita que só é possível criar uma harmonia se forem levados em conta os ingredientes do prato. “Sopas como a canja com frango e legumes, caldo verde, sopa de cebola, sopa de legumes e caldos de abóbora pedem vinhos brancos, mais aromáticos e leves, como os das uvas: Chardonnay, Sauvignon Blanc ou Torrontés. Já as sopas mais robustas, de feijão, minestrone, lentilha, ervilha e slava pedem vinhos tintos, porém mais elegantes, ou seja, vinhos um pouco mais envelhecidos, com 4 a 5 anos de idade”, orienta. O consultor Marco indica de maneira geral os vinhos de pouca estrutura, como um Pinot Noir.


Fondues

Os especialistas também abordaram os deliciosos fondues, excelentes opções para dias frios. Eles combinam com tudo: encontros de família, happy hour com os amigos ou jantares românticos. Doces ou salgados, os fondues são como celebrar a vida, há sempre um bom vinho recomendado para cada variação. Segundo Marco, geralmente os doces e com chocolate, harmonizam com um bom vinho do Porto. Já para os feitos a base de doce de leite e frutas, o consultor sugere um espumante Moscatel ou de colheita tardia, conhecidos como vinhos de sobremesa. “Com relação aos salgados, recomendo vinhos de médio corpo, com pouco tanino. Nos fondues com queijos leves, vinho branco vai muito bem”.
Sandra explica o porquê da combinação com os queijos. “Ao contrário do que se imagina, o tradicional fondue de queijo harmoniza melhor com vinhos brancos do que com os tintos. Isso acontece pelo fato dos brancos terem mais acidez e ajudarem a eliminar o excesso de gordura que fica no paladar, estimulando inclusive a digestão. Indico o Sauvignon Blanc e o Riesling. Se mesmo assim, você preferir vinho tinto, opte por um Pinot Noir, tinto mais leve”, informa. A professora complementa que o fondue de carne harmoniza positivamente com vinhos tintos de diversas uvas, como: Syrah, Malbec, Pinot Noir e Merlot.


Marco Antônio de Oliveira - Experiente consultor de vinhos e proprietário da Porto a Porto Importadora e Miolo Wine Group. 


Sandra Zottis - Enóloga formada no curso técnico e superior de Viticultura e Enologia, Bento Gonçalves (RS); pós-graduada em Viticultura e Enologia; Professora de Enologia e Enogastronomia do curso de gastronomia da Univel; professora de Enogastronomia no Centro Europeu de Curitiba; sócia fundadora do Instituto Cultural do Vinho; integrante da Associação Brasileira de Enologia; presidente fundadora da Confraria Feminina do Vinho de Curitiba.
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