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20/03/2016

Culinária Tropeira: o sabor da tradição

A comida dos tropeiros sempre foi mais rústica e de “sustança”, seus ingredientes básicos consistiam no feijão, arroz, farinha (de milho e de mandioca), carne-seca e toucinho. Esses alimentos eram escolhidos pela facilidade de transporte por serem não perecíveis. O café da manhã era feijão feito no tacho sobre um tripé de ferro com fogo. Em outras palavras, parte desses grãos, depois de cozidos, fritava-se com o toucinho e misturava-se com farinha, daí a origem do “feijão tropeiro”. Esse prato matinal também costumava ser acompanhado de uma caneca saborosa de café. O restante do feijão cozido, sem tempero, era colocado num caldeirão e levado no saco para o almoço no caminho. Por volta do meio-dia, esse feijão era enriquecido com carnes, linguiças, entre outros. Entre as idas e vindas, nessa constante troca de experiências surgiram outros pratos como o Arroz Carreteiro e a paçoca de carne.

Queima do Alho
Um concurso solidário e saboroso

Equipes representando empresas e entidades de Cascavel deram um show de solidariedade na segunda edição da Queima do alho, que aconteceu em outubro de 2015 no Parque de Exposições Celso Garcia Cid. O evento começou com uma bela cavalgada. Em média 150 cavaleiros e amazonas percorreram um trecho de nove quilômetros pelas principais ruas de Cascavel (Rua Paraná e avenidas Piquiri, Brasil e Tancredo Neves). O destaque foi para a Rainha Ana Laura Casarin Caleiro e as nove princesas da feira, que foram à frente da cavalgada caminhando. O concurso gastronômico foi organizado pela Sociedade Rural do Oeste do Paraná (SRO) como parte da programação e divulgação da 36ª Exposição Feira Agropecuária, Industrial e Comercial de Cascavel (Expovel). Trata-se de um encontro que valoriza a cultura e a culinária tropeira. A missão de cada grupo era preparar os mesmos pratos: arroz carreteiro, feijão tropeiro e paçoca de carne. Também era tarefa de cada equipe providenciar os utensílios necessários para o preparo das refeições. Nada de clima de guerra, a galera não encarou como competição, rolou alto astral, boas conversas e rodadas de chimarrão. O ápice da Queima do Alho ficou por conta do almoço, pois como a iniciativa foi aberta ao público, ninguém resistiu aos sabores tropeiros. Entre os concorrentes alguns carregavam no bolso as receitas passadas de geração em geração, enquanto outros se fizeram presente apenas para apoiar a causa e confraternizar.
Os lucros dessa iniciativa foram destinados aos estudantes da rede municipal de ensino, que tiveram a oportunidade de conhecer a Expovel gratuitamente, usufruir do parque de diversões e saborear um lanche especial. A alegria da criançada contagiou os organizadores que prometeram repetir a ação na feira de 2016. Organização da mesa, recepção aos convidados, tempero, originalidade e apresentação dos pratos foram alguns dos critérios observados pelos jurados. O primeiro colocado ganhou troféu e um carneiro. Já os segundo e terceiro colocados receberam troféus. Diversas premiações e brindes foram sorteados entre os participantes. A NF Segurança foi a grande campeã com 277,8 pontos, a empresa de segurança privada ficou à frente de Triches Advogados Associados (267,9) e TV Tarobá ficou em terceiro lugar com (260,4). A Campeã de 2014, Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae/Cascavel) terminou em 4º lugar, com 252,8 pontos.

Gilmar Possenti, diretor de parque da SRO
“A equipe de jurados teve nome de pesos, os culinaristas Erosanza Lisboa, Joacir Oliveira, Dulcilene Rodrigues e Tere Barron. Além de notas, as equipes também receberam muitos elogios de 500 pessoas, em média, que apreciaram as iguarias tropeiras. Muito obrigado a todos que contribuíram para o sucesso do evento”. Não há dúvidas que os pratos foram feitos com carinho e que o principal tempero foi o da amizade. Para encerrar o encontro, o cantor Lucas Miranda assumiu a animação.

João Batista Cunha Júnior, Presidente da SRO
“A Exposição Feira Agropecuária, Industrial e Comercial de Cascavel (Expovel) demanda muito amor e trabalho. A Sociedade Rural do Oeste do Paraná (SRO) não poupa esforços para que o evento seja cada ano melhor. Nosso sucesso é consolidado, graças ao apoio dos parceiros, patrocinadores e imprensa regional. Quanto à Queima do Alho é uma ótima oportunidade de comer uma comida tropeira, confraternizar e passar bons momentos em família.”

Salete Maria Tomazelli, NF Segurança
“Nossa equipe aceitou o desafio. O Segredo dos nossos pratos é que todos foram preparados com muito amor. Estamos felizes com a conquista do primeiro lugar.”

André Freitas, Confiagro

“Integração e confraternização entre amigos foi o que motivou nossa participação. Nossa empresa é do ramo de insumos agrícolas e aprecia os hábitos e costumes dos tropeiros. É uma tradição bonita que passa de pai para filho, relembrar essas memórias faz bem.”

Marcos André Popiolski, Tarobá FM

“A Tarobá FM é uma parceira da Expovel! Para nossa equipe é uma alegria participar da Queima do Alho. A comida tropeira é muito saborosa e de sustância, não tem quem não goste.”

Katy Taborda, Triches

“Em 2014, ficamos em terceiro lugar, esse ano em segundo. Estamos felizes e gostamos dessa tradição. Eu em particular, tenho amor pela culinária. Para nossa equipe não é uma competição, mas sim um prazer participar. Acordamos seis da manhã, acendemos o fogo, preparamos o chimarrão e mãos a massa.”

Nilson da Silva, APAE
“Cada um tem um diferencial. O Charque eu mesmo faço e tenho orgulho em contar que aprendi com meu avô. Inclusive, ele carregava as mulas de charque e percorria longos percursos para vender. Às vezes, ele demorava até 15 dias para retornar, mas quando chegava trazia roupas para a família e para venda. Aprendi com ele também a usar banha no preparo dos pratos. Já o meu pai, fazia uma deliciosa paçoca no pilão, quantas recordações! Cozinhar é um gesto de amor ao próximo!”

Miguel Cardoso Piana, APAE
“Preparei a paçoca de carne. Primeiro fritei a carne de porco no tacho. Depois coloquei alho no pilão e soquei bastante. Em seguida, acrescentei a farinha de mandioca, por último a carne. Essa mistura bem socada forma a paçoca. Parabéns a todos os organizadores, a comunidade que veio prestigiar e aos amigos que estão cozinhando.”

Antonio Carlos e Janete Sabadin, Plantar

“Acreditamos no trabalho na Sociedade Rural e, aproveitamos essa oportunidade de congraçamento com amigos e clientes. Estamos felizes com o desafio, não copiamos nenhuma receita, fizemos o que aprendemos com nossos pais. Comida tropeira é uma delícia, assim como um bom churrasco, (risos do casal).”


O tropeiro
Tropeiros eram homens que desde o século XVII, até o início do século XX, conduziam tropas de cavalos ou mulas pelo Brasil levando gado e mercadorias. Num tempo em que não existiam rodovias, ferrovias ou aeroportos, os tropeiros com o objetivo de vender ou fazer trocas, percorriam longos itinerários que chegavam a durar meses, principalmente, pelas regiões Sul e Sudeste do país. Aos poucos, os lugares onde os tropeiros paravam para se alimentar, dar comida ao gado e às tropas de animais, ou passar a noite, foram se tornando povoados.
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